sábado, 8 de janeiro de 2011

Testemunho do Ev. Bruno Oliveira - PARTE FINAL

“A força do amor é um caminho só de ida”, Voz da Verdade, álbum Chuva de Sangue.
EU, BRUNO OLIVEIRA E MINHA
NAMORADA DAIANA DANIELLE
Quando estamos em provação descobrimos a verdadeira realidade de nossa vida, você se ilude achando que tem vários amigos, na provação você descobre os verdadeiros, você diz ter fé, na provação você descobre o seu tamanho, você diz que sua família não te ama, na provação você vê quem segura na tua mão, você diz que vive como se não houvesse amanhã, na provação você deseja pra ele existir, você diz que seu dinheiro lhe dá tudo o que precisa, na enfermidade você descobre que ele não é antídoto. A provação atua em nossa vida como uma peneira, nos separando dos falsos amigos, nos mostrando valores, nos arrancando as pragas, nos dando um novo sentido e foi isso que eu descobri na noite mais turbulenta da minha infância, um novo sentido para minha vida.
Minha mãe estava acomodada em uma poltrona próxima a minha cama, o sono era um privilégio que ela havia perdido, seus olhos me observavam adormecido em um profundo sono. A cada minuto suas mãos alcançavam minha cabeça me acariciando, o medo de me perder, o pensamento de que talvez não me visse mais era como uma foice cega que lutava contra a espada afiada da fé que minha mãe carregava em seu peito.
MEUS PAIS, EDER E THELMA,
A lâmpada estava apagada, um facho de luz invadia o quarto pela pequena e alta janela, tornando o ambiente um pouco mais agradável, até que por um momento um arrepio atravessou a espinha de minha mãe, era como se alguém estivesse se preparando para levar-me embora, ela agarrou forte minha mão, olhou para os lados, o coração acelerado, vendo que não havia nada foi se acalmando até que meus olhos pularam nas órbitas, minhas mãos se enrijeceram, eu estava tendo uma crise, eu estava morrendo.
O interruptor foi acionado avisando as enfermeiras, os segundos que se seguiram entre o acionamento do interruptor e a chegada da enfermeira foram cruciais. Minha mãe se atirou no chão, seus joelhos se cravaram no piso do hospital, o hálito sombrio de que eu pudesse morrer alcançou o mais profundo de sua alma a levando ao desespero, as mãos tocaram o chão, as lágrimas escorreram pelos olhos, mas de repente a foice cega do desespero teve de baixar a guarda, a afiada espada da fé deu seu último golpe:
- DEUS! MEU DEUS! SE O SENHOR ME DER MEU FILHO DE VOLTA... – Minha mãe gritou em oração condensada por suas lágrimas. – EU O DEVOLVO PARA TI... PARA SEMPRE!!!
A enfermeira entrou no quarto, acendeu a luz, minha mãe se levantou, eu estava imóvel sobre a cama, a enfermeira não precisou de muitas palavras para entender o ocorrido, então, após me examinar, olhos, pulsação, pressão, ela olhou fundo nos olhos de minha mãe:
- Se todas as mães tivessem a fé que a senhora possuí... Muitas crianças neste hospital não teriam morrido. – Ela suspirou. – Seu filho está bem dona Thelma.
A enfermeira saiu, minha mãe desabou em lágrimas, me acariciou, agradeceu a Deus e silenciou.
MINHA MANINHA, MARILYN
Aquele dia eu me lembro ter sido turbulento. A porta do quarto estava encostada, do lado de dentro estava eu, o frasco de soro ainda injetado na minha veia, e agora havia uma espécie de tala mantendo meu braço imóvel, pois a agulha havia escapado algumas vezes devido a minha movimentação agitada durante o sono, e do lado de fora havia duas pessoas que travavam uma conversa tensa.
- Meu filho não vai para a UTI. – Disse uma voz de mulher de forma alterada.
- Dona Thelma seu filho teve uma crise, ele pode estar morrendo, tem de ir para a UTI. – O médico que me atendia pontuou claramente a opção.
- Já viu uma leoa doutor? – Mamãe questionou enfaticamente. – Tenho certeza que sim, e sabe o que ela faz para defender uma cria, não? Então doutor, não me faça agir como uma. Meu filho não vai para a UTI.
- Ok. – O médico suspirou. – Faremos um eletrocéfalograma, se ele estiver pior vai, senão eu mesmo providencio que ele saia do isolamento.
A porta se abriu, meus pais entraram, meu pai sorriu, me perguntaram como eu estava, agora eu sorri, eu estava bem, a voz ainda engrolada, pouco movimento nas pernas, mas a minha coordenação motora de alguma forma reagia.
O período da tarde foi de intensos exames, mas estava tudo acabado, no outro dia eu não estava mais no isolamento. (Aleluias). O que se seguiu foi minha alta. Gradativamente fui recuperando meus movimentos, e de volta em casa era mais fácil acreditar que tudo voltaria ao normal.
Um mês após retornei para São José, no mesmo hospital, para a última consulta com o doutor que havia me tratado. Entrei perfeitamente bem na sala, a voz saindo normalmente, o corpo reagindo como se nada tivesse ocorrido.
- Como você está Bruno? – Perguntou o Doutor.
- JESUS JÁ ME CUROU!
Essa é a minha história, qual é a sua?

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