domingo, 30 de agosto de 2015

Sou o pior dos pecadores!

"Esta declaração é fiel e digna de plena aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou pior."
- I Timóteo 1.15 -

Paulo, um exímio exegeta da graça, mais do que isso, alvo dela, era fariseu, perseguidor, assassino, um homem distante da verdade que fluía de Cristo, agora convertido, transformado, cristão, apóstolo, fundador de igrejas, ao escrever sua epístola a Timóteo, afirma ser o "pior" dos pecadores. O termo empregado é interessante, pois ele não usa "fui o pior", mas sim "sou" o pior dos pecadores. Não era falsa modéstia, era um sentimento que o consumia e o fazia mais dependente desta graça.

Paulo expressa a ideia de alguém que mesmo com tantos méritos ministeriais não era merecedor de tão grande salvação, a palavra "pior" deixa claro a ausência de qualquer coisa que o colocasse em situação privilegiado quanto a salvação, entrando em plena concordância com o que ele mesmo afirmou na carta aos Efésios quando diz que "pela graça somos salvos e isso não vem de nós, é dom de Deus". Paulo não se contradiz, nem em palavras, nem em atitudes, a graça foi seu texto e seu contexto. Entretanto o que temos visto são igrejas que tanto em texto como em contexto têm se afastado do verdadeiro significado da GRAÇA. Hoje a graça é só pretexto, pretexto para religiosos fingirem ser o que não são, pretexto para quem não quer realmente mudar ser aceito sem ser cobrado, e assim a GRAÇA se tornou teoria e a desgraça se fantasiou de teologia.

O apostolo da graça nos ensina também o ponto mais alto do amadurecimento cristão que é o reconhecimento de que somos "pecadores". O evangelho  contradiz a filosofia de vida comum, e aqui Paulo demonstra isso com veemência, para ele, assumir-se o pior dos pecadores era a atitude mais madura de alguém que se aproxima demais do conhecimento de Cristo.

Mas uma das coisas que mais achei interessante, é que ele se diz pior dos pecadores no presente e em contrapartida se diz fariseu no passado, pois  em Filipenses 3.5 ele afirma "fui fariseu". O farisaísmo era um braço do judaísmo, eles se orgulhavam por cumprirem a risca seus ritos e assim se sentirem santos. Paulo fez parte deste grupo (fui fariseu), porém agora prefere se auto intitular "pior dos pecadores", isto é o que acontece quando entendemos o verdadeiro significado da graça.

A graça é um favor imerecido que só pode ser vivido por quem entende que não merece, pois quando entendemos que somos o "pior dos pecadores", não existe espaço para julgamentos em nosso evangelismo, afinal como julgar quem merece a graça ou não, se eu sendo o "pior dos pecadores" fui alcançado por ela. Que este sentimento queime em nossos corações, esteja presente em nossas ações e faça parte de nossos sermões!

Ev. Bruno Oliveira